Sinto saudades das curvas daquelas árvores...
Da beleza nas cores dos ipês, da vastidão de campo aberto... Que às vezes é verde, às vezes, amarelo.
Saudades de não me importar de estar em um ônibus apertado, porque eu tinha certeza de que estaria em casa em 30 minutos. E se eu precisasse pegar um ônibus de noite? Sempre podia me admirar com as tais "luzes da cidade".
As pessoas me perguntam porque eu amo Brasília... Os argumentos de quem pergunta são sempre os mesmos... Lá não tem praia, o clima é seco, a organização da cidade é confusa, etc.
Eu acho o mar lindo e me atreveria até a dizer que amo o mar... Não necessariamente amo entrar sempre, ou ir lá para vê-lo sempre. Mas, sinceramente? Não me faz falta... Pouquíssimas vezes entrei no mar e não curto muito torrar no sol... E, obviamente, nunca entrei no mar aqui.
A organização de Brasília é confusa para quem não se dá ao trabalho de aprendê-la, porque se você ao menos tentar entender como funciona, verá que é fácil. Aqui, eu decorei ruas e mais ruas e mesmo assim, me tira do meu bairro para ver se eu sei voltar? Tudo bem, eu não sirvo de parâmetro... Porque sou um zero à esquerda quando se trata de orientação... Mas, por mais que eu me adapte, me acostume e até goste da minha vida aqui e das pessoas que encontrei, ainda me sinto um peixe fora d'água.
O clima é seco, mas te força a beber água e usar hidratante... Aprendi na marra, mas é útil. Era bom colocar as roupas para lavar e elas secarem no mesmo dia. Era bom não suar tanto.
Tudo que eu vejo em Brasília, é meu coração, faz parte de mim, faz parte de quem eu sou e de quem aprendi a ser.
É clichê falar do céu? Claro, mas também é verdade! Não sei o que tem de diferente no céu de lá, talvez seja o fato de você poder ver o céu de verdade e não os prédios que atrapalham tanto aqui quando eu quero ver a lua.
Ai...
Nem sei mais o que sentir, pensar...
Saudade, apenas.