quinta-feira, 5 de março de 2015

Pausa

Meus olhos não me deixam mentir. A dor ainda me acompanha, a saudade ainda me maltrata... Tanto ficou sem ser dito. Hoje, sonho com a tal viagem... Outros amigos, outros planos e em algum momento eles se cruzam.
Às vezes, parece que estou traindo um sonho. Às vezes, parece que estou te deixando descansar, mas, às vezes, me lembro de alguma coisa nova e me pergunto onde escondo essas memórias. Sei que você diria que não tem o que perdoar, porque você sempre foi tão doce e compreensivo. Mas me perdoa por não ter agradecido, por não ter demonstrado com maior frequência o quanto te valorizei e, hoje, o quanto sinto sua falta.
Algumas vezes tenho a impressão de que essa vida não é real e que quando eu acordar, você ainda vai estar vivo, você ainda vai poder atender ao telefone e falar comigo. Você ainda vive no meu coração melancólico, espero o dia em que vou poder marcar isso na minha pele. Se algum dia minha mente falhar... Você vai estar rabiscado no meu pulso me fazendo lembrar que um dia, a vida, Deus, o acaso, o destino, um dia eles me deram um irmão. Um irmão que veio pra me acalmar e me dizer que vai ficar tudo bem, que me ensinou que tudo melhora com um sorriso e que tudo que a gente precisa é de carinho. O tempo passa, as feridas cicatrizam, tudo se acalma e se ajeita como tem que ser... O que fica são os sorrisos.
Fico sem entender porque tão cedo, mas talvez não tenha sido cedo, talvez tenha sido quando tinha que ser, porque, afinal, você me ensinou um pouco do que é crescer, porque a gente cresce nas adversidades e te perder foi a pior delas.
Penso em você, rezo pela sua família e sonho, espero pelo dia em que meus olhos deixarão de marejar e quando eu falar de você, serei apenas sorriso.

sábado, 10 de janeiro de 2015

Marca de um erro

Talvez o que eu não te conte não seja porque você não é importante...
Já imaginou que eu não queria falar? Já pensou que eu tenho medo e não gosto de alimentar esse tal medo?
Pode ser que eu não fale sobre o que não existe, justamente, porque não existe e esse vazio me destrói.
Talvez, não seja porque é você quem pergunta, porque eu não confio em você, talvez, seja apenas porque esse sertão que se tornou meu coração não tenha muita vida para dividir.
Espero que um dia você me perdoe por ter te feito sofrer e achar que era culpa sua, espero que um dia me perdoe pelas grosserias e acredite que eu te amo. Espero que um dia você não sinta essa diferença, conto as horas para me curar desse mundo maluco e seco que me habita, que eu volte a ser genuinamente carinhosa e feliz.
Talvez, nesse dia, você me perdoe por não ser o que você espera ou por não falar o que você quer ouvir.
Talvez eu nunca atinja os objetivos que você traçou para mim, quando eu falei, num momento de devaneio, sobre querê-los. Sou fraca assim...