sábado, 28 de setembro de 2013

De mim, para mim

Li o texto de uma amiga para ela mesma aos 10 anos de idade... Gostei muito e fiquei curiosa para escrever também.



Oi Mari, eu sou você daqui a 12 anos e queria te dizer algumas coisas.
Agora, sua vida é muito divertida e sem muita preocupação, você não costuma ler e muito menos estudar, mas se quiser ter uma vida diferente da minha, não se acostume com isso. Seu cérebro não será assim tão ágil para sempre e a matéria também não será assim tão fácil.
Quanto àquelas pessoas? O que não faz sentido na sua cabeça? Continuará não fazendo sentido agora... Ainda não sei porque eles nos magoaram tanto, mas se quer um conselho sobre isso? Seja mais menina, use vestidos, ame a cor rosa, não coma besteiras e não se ligue em esportes. (Mas imagino que a minha vida hoje não seria tão divertida se você não tivesse sido uma menina diferente!) Mas não deixe isso te afetar tanto, continue se divertindo, até porque, eles não vão parar até você entrar na faculdade. Aprenda a lidar com isso e engole esse choro, seja forte e seja mais você. Coragem menina, enfrente tudo e aprenda com isso, você será uma amiga muito melhor hoje, porque conheceu amigos ruins quando criança.
As pessoas que você conhece nessa escola não farão diferença na sua vida. Você não manterá contato com elas... Mas espera até você entrar no colégio militar, tudo vai ser muito mais legal! Jamais perca esse brilho no olhar que você tem quando fala do seu irmão... Isso fará falta no futuro, mantenha seu coração puro, que confia sempre.
Sobre meninos... A gente tem um tato horrível para esse assunto né? Sinto lhe informar que isso ainda não melhorou, mas ainda bem que temos esperança. E por favor, pare de gostar dos garotos que te destratam! Hoje, ainda escolhemos mal, mas pelo menos o coração está tranquilo, nada de angústia! LIBERDADE.
Continue escrevendo, escreva mais até, sempre que puder, sobre o que quiser, mesmo que seja bobo é uma prática muito boa e fará diferença nas suas redações e textos mais para frente.
Não tenha vergonha de gostar da escola, não tenha vergonha de fazer peguntas e nem de saber as respostas. Tem gente que não entende o nosso jeito.
Aprenda com seus erros. Aprenda com as coisas ruins que pensa e fala.
Seja criança enquanto pode, não entenda o que ainda não consegue entender... Porque quando você conseguir, vai doer muito.
Diga a sua família que os ama sempre, pode não fazer sentido agora, você pode nem pensar muito nisso, mas quando você tiver uns 14 anos você vai entender.
Aproveite os seus anos no Acre ao máximo, serão os melhores anos da sua infância e por favor, leve a orientação a sério. Quando você voltar para Brasília será um ano incrível, em uma turma muito divertida. Você vai tentar aprender a jogar futebol, mas como era de se prever, você é uma tremenda perna de pau.
Jamais deixe morrer o seu amor pelo basquete, em dias ruins isso vai te ajudar a espairecer.
Cuide dos seus joelhos...
Confie em você e nos seus sentimentos, é você quem cuida de si mesma, ainda que não acredite nisso e são seus sentimentos que te fazem quem você é.
Não deixe coisas não ditas, não guarde sentimentos e faça o que tem vontade, mesmo que pareça que é bobo ou que você vai se arrepender... Tem tanta coisa que me arrependo de não ter feito. Se puder, mude isso!
Não acredite nos devaneios da sua mente, eles só servem para serem escritos, nada além disso.
Mas se tudo der errado e você viver exatamente como eu vivi até agora, saiba que as coisas não são tão erradas... E mesmo sendo assim meio infantil, meio moleque, meio sentimental e bastante bruta, você é você e todos os seus erros te fizeram alguém melhor, não necessariamente uma pessoa boa, mas a melhor que poderíamos ser até agora.
Sonhe, mas não deixe de viver... E não aprenda a sorrir para esconder sua dor. Somos muito transparentes e, ao mesmo tempo, estranhamente disfarçadas.
Enfim, apenas viva...
Um dia a felicidade te alcança.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Abraço

Uma ação que tem tantos significados... Cura tantos males.
Uma imagem que me leva a sonhar, curiosamente, você está sempre nesses sonhos.
Um momento de desespero, tudo caminha, mas nada se acerta. A motivação que já não existe... Sigo apenas por seguir, em teoria, tenho que ir para algum lugar.
Estou bem assim, me deixa quieta, me deixa sucumbir à minha vontade de não fazer nada, de não ser ninguém.
Quero ficar presa nos meus pensamentos e nas minhas lembranças. Não preciso sair daqui hoje, então vou simplesmente ficar... Dormir e, quem sabe, quando eu acordar, você esteja aqui.
Quando tudo fica mais ou menos, aquela sensação de sobreviver, aquela angústia de não aproveitar... Sempre que me sinto assim, o que tem ficado cada vez mais frequente, percebo que eu queria você aqui para conversar durante horas sem ver o tempo passar, para suspender o tempo com seu sorriso, para me hipnotizar com suas histórias e me fazer feliz instantaneamente.
Sinto falta das vezes em que subestimei a força e o poder de cura dos seus braços, quando a gente se encontra e finalmente você me envolve em seu abraço sincero e mesmo sem notar, me transmite segurança.
Se não for para ser você a me levantar e me puxar para aquele abraço, é melhor que nem exista então.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Fantasma

Rodeada de vozes e ações... E tudo que eu consigo sentir é solidão e fracasso.
Músicas que falam sobre o que nunca me pertenceu. O exemplo angustiante que eu não quero seguir.
Estranho mesmo é ver as pessoas que faziam parte da minha vida mudando tanto e eu aqui, perdendo tudo isso. Essa distância me mata cada dia mais.
Às vezes, sinto vontade de sair sem destino, passar um dia sozinha comigo mesma. Sorrir, chorar, gritar, deixar a minha loucura se libertar um pouco, porque me prender está me consumindo e aos poucos me tornando mais louca de dentro para fora.
Perdendo a consciência, aqueles segundos de atraso nos pensamentos, por alguns instantes eu não sei onde estou e isso me faz bem. Porque se não sei onde estou, posso estar em casa... Mas só dura alguns segundos e acordo do meu momento de inconsciência. Frustração, nada mudou.

Esquecer que um dia você foi tudo que eu precisava, esquecer que um dia você foi tudo que eu tinha.
Hoje eu te tenho mais do que nunca e ao mesmo tempo sinto como se te perdesse todos os dias.

Essa angústia me impede de controlar meus olhos teimosos... Ao menos estou sozinha no escuro, ninguém vai notar minha fraqueza, está tudo bem.
Cada dia que passa preciso mais, cada dia que passa não consigo encontrar o que quero, o que me acalma. Cada dia que passa minhas lembranças se desfazem.

Já não sei onde estivemos, já não sei se te mostrei meus amores, já não sei se te mostrei quem eu era... Agora é tarde, porque eu não existo mais e você está longe demais para me resgatar. E eu sei, você ajudaria se pudesse, mas te falta tempo e forças para ser você e eu ao mesmo tempo.

Não me reconhecer dói. Não saber se ainda amo o que costumava amar, se ainda sei o que costumava saber... Será que ainda sei confiar? Será que tudo isso foi quebrado para sempre?
Será que eu ganhei você e me perdi no caminho?
Será que eu me esforcei tanto para ter sua confiança, para ser parte da sua necessidade que esqueci de ser eu mesma?

Essas crises me destroem como se nunca tivesse existido nenhum pedaço de mim. Passageira da minha própria história. Mas a agonia não é passageira, ela vai, mas sempre volta. Sempre me lembra de que não está tudo bem, volta para me atormentar e dizer que eu não serei plenamente eu se eu não for você. Então eu me pergunto todo dia ao acordar... Onde estou? E quem é essa pessoa que vive por mim? Que fala com minha família e meu amigos como se os conhecesse e mesmo assim não é ninguém?

sábado, 3 de agosto de 2013

Apenas.

Sinto saudades das curvas daquelas árvores...
Da beleza nas cores dos ipês, da vastidão de campo aberto... Que às vezes é verde, às vezes, amarelo.
Saudades de não me importar de estar em um ônibus apertado, porque eu tinha certeza de que estaria em casa em 30 minutos. E se eu precisasse pegar um ônibus de noite? Sempre podia me admirar com as tais "luzes da cidade".
As pessoas me perguntam porque eu amo Brasília... Os argumentos de quem pergunta são sempre os mesmos... Lá não tem praia, o clima é seco, a organização da cidade é confusa, etc.
Eu acho o mar lindo e me atreveria até a dizer que amo o mar... Não necessariamente amo entrar sempre, ou ir lá para vê-lo sempre. Mas, sinceramente? Não me faz falta... Pouquíssimas vezes entrei no mar e não curto muito torrar no sol... E, obviamente, nunca entrei no mar aqui.
A organização de Brasília é confusa para quem não se dá ao trabalho de aprendê-la, porque se você ao menos tentar entender como funciona, verá que é fácil. Aqui, eu decorei ruas e mais ruas e mesmo assim, me tira do meu bairro para ver se eu sei voltar? Tudo bem, eu não sirvo de parâmetro... Porque sou um zero à esquerda quando se trata de orientação... Mas, por mais que eu me adapte, me acostume e até goste da minha vida aqui e das pessoas que encontrei, ainda me sinto um peixe fora d'água.
O clima é seco, mas te força a beber água e usar hidratante... Aprendi na marra, mas é útil. Era bom colocar as roupas para lavar e elas secarem no mesmo dia. Era bom não suar tanto.
Tudo que eu vejo em Brasília, é meu coração, faz parte de mim, faz parte de quem eu sou e de quem aprendi a ser.
É clichê falar do céu? Claro, mas também é verdade! Não sei o que tem de diferente no céu de lá, talvez seja o fato de você poder ver o céu de verdade e não os prédios que atrapalham tanto aqui quando eu quero ver a lua.

Ai...



Nem sei mais o que sentir, pensar...


Saudade, apenas.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Vazia

Não existe final feliz...
Sou diferente. Me arrumo pela imposição, não porque eu quero.
Gosto mesmo é de tênis e andar de cabelo preso.
Mas nesse mundo, eu não tenho vez.
É tanto salto agulha, vestido colado e curto, cabelo liso e maquiagem que eu nem sei se faço parte do mesmo mundo.
É frustrante esperar que alguém goste de mim por quem eu sou e como eu sou. Não quero vestir uma máscara para que alguém me note.
A cada dia que passa, me decepciono mais e percebo que eu preciso sim dessa tal máscara...
Será que essa máscara salva de solidão? Ou será que nem com ela eu apareço?
É tudo mentira e tudo crueldade... Talvez minha mente não seja tão atraente... Se nem o conteúdo interessa, de que adianta o frasco?
O pior de tudo é ser tão alheia ao mundo que eu acabo me apaixonando por quem sempre me viu e me tratou como amiga. POR QUE eu faço essas coisas?
Queria entender a minha mente maluca, que só erra, que se precipita, que sonha demais...
Por que isso machuca tanto? Se eu fosse igual a todo mundo eu seria feliz? Faz diferença?


Vou ali comprar uma máscara falsa de 100% feliz o tempo todo para você largar de ser hipócrita. Mostra lá sua felicidade, você é a pessoa mais vazia que eu conheço, só fala e fala... Os sábios de verdade, escutam!

terça-feira, 11 de junho de 2013

Areia Movediça

Como dizer, sem ser óbvia, tudo aquilo que eu não tenho?
Nessa última semana tanta coisa me fez voltar atrás... Consultar um passado que eu achava que nem existia mais. Ainda existe, ainda mexe comigo, ainda sinto nostalgia e toda a mistura maluca de sentimentos.
Ainda sinto raiva e curiosidade sobre os motivos, ainda sinto saudade do tanto que eu era aberta e entusiasmada... Saudades de uma infância/adolescência sem medos, com muito esporte, boas risadas e amigos que se mantêm na minha vida até hoje.
Essa semana me fez repensar muitas coisas...
Por mais orgulhosa que eu seja, por mais que a máscara seja de alguém forte e despreocupada... Essa máscara ainda esconde as mesmas inseguranças. 
As mesmas incertezas ainda me rodeiam e agora, existem outras coisas e outras pessoas. Como desfaz esse nó?
Como que eu lido comigo mesma e com os outros? O ser humano é um mistério... Se eu não me entendo, como eu deveria entender qualquer outra pessoa?

Por que tanta inveja? Pra que tanto veneno?
Nos meus sonhos tudo é mais puro, tudo dá certo. E mesmo em sonho, exige esforço.
Queria aprender com os meus erros, queria ser melhor e aprender com os seus também.

Se eu cair... Quem vai me segurar? Quem vai me ajudar a me levantar? Não sei mais se ainda tenho força pra fazer isso sozinha.

Desaprendi a entender, desaprendi a perceber, desaprendi a demonstrar e me mostrar. Mas, ironicamente, aprendi a fingir. E, nossa, eu merecia um Oscar.

Se não consigo solucionar, se consertar é impossível... Está na hora de aprender a fugir. E fugir sem destino, sem data pra voltar, apenas seguir e esperar estar indo em frente. Um passo em falso e volto aos mesmos erros, medos e devaneios. Um passo em falso e perco tudo o que não conquistei.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Molde

Um pouco de cada um...
E muito de mim.
Em mim, já existiu amor, melancolia e até ódio.
Mas aprendi a dividir as cargas que a vida me impõe.
Aprendi o verdadeiro significado de amizade.
Aprendi que a melhor parte do dia é quando a gente ri até chorar.
Aprendi a fazer rir quem quer chorar.
Aprendi a compartilhar sentimentos.
Apenas aprendi.
Quando você dedica parte de si para alguém, é como se o mundo fosse mais bonito e agora, você tem um amigo para olhar com você.
Dias em que eu fui dormir preocupada... Será que você está bem?
Dias em que eu fui dormir feliz... Você me fez sorrir e dividiu um pouco de si comigo.
Dias em que eu fui dormir completa... Você me deixou saber que faz o mesmo por mim.