segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Little J.

Fiquei aqui pensando e pensando sobre o que postar. Vou falar apenas do que eu sei.
Sei que toda vez que você tá triste, meu coração fica agoniado, porque eu quero te ajudar, mas às vezes não sei como e nem tenho experiência suficiente pra isso.
Deve ser difícil se concentrar nos estudos, cuidar da casa, sentir saudades e ter que ser forte. Você não precisa se esconder por trás da sua força, ironia e sinceridade.
Sei como é se sentir uma estranha, também sei que ter amigos ajuda bastante... E por favor, olhe a sua volta, olha quanta gente você conquistou em um semestre? Eu tenho certeza do carinho que eu e os meninos temos por você.
Quando as coisas ficam difíceis a gente parece perder o chão, porque tudo que a gente conhecia mudou. E isso é bom, olhe pelo lado de que temos que aprender a ser independentes e temos de aceitar as mudanças, elas sempre vão acontecer e, eu sei, é complicado se adaptar de repente, mas da mesma forma que você me acolheu e acreditou em mim, agora eu te devolvo as coisas boas que você me deu: EU ACREDITO EM VOCÊ e na sua coragem pra se superar e seguir em frente!
Se quiser sair, conversar, rir, chorar, fofocar... para o que for, conte comigo.
Minha querida Little J.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Ferida Aberta

Faz 2 anos e 4 meses que minha família passou por um dos nossos piores momentos...
Em 2008 minha mãe descobriu um câncer no intestino e isso foi surreal.
Imaginar que alguém que você ama tanto, que você convive sempre, que está lá pra te acolher e te dar carinho, um dia não estará mais lá, é simplesmente cruel.
Acho que eu nunca tinha notado a vulnerabilidade da minha mãe, até o dia em que pegamos o resultado da biópsia e eu a ouvi chorar sozinha no quarto. Isso foi muito impactante porque ela é a fortaleza dessa família, somos todos dependentes dela e perceber que ela também é frágil acabou com todo mundo. E então vem a hora de sermos fortes por ela...
Eu juro que tentei, mas não consegui. E ainda hoje, depois de 2 anos, mesmo que ela faça o controle, eu ainda tenho medo. Sei que o câncer é uma doença ingrata e também sei o quanto minha mãe foi abençoada, porque seria desrespeito dizer que ela teve sorte. Ela retirou um terço do intestino, não houve metástase e nem precisou de quimioterapia. Ela não teve mudanças na sua vida por ter perdido parte do intestino. E eu não consigo pensar em nada além de Deus toda vez que me lembro dessa tormenta.
Querendo ou não, a doença dela nos uniu, a tolerância cresceu. Porque meu pai estava viajando, minha irmã fazendo intercâmbio, meu irmão já não morava mais com a gente e a relação familiar andava difícil. Quando algo assim acontece, a gente sempre se pergunta o porquê, acho que agora dá pra imaginar uma resposta possível.
Eu quase nunca toco nesse assunto, ainda é a minha ferida aberta e incomoda bastante. Mas hoje eu assisti ao clipe de Save You – Simple Plan, que é a música que o Pierre escreveu pro irmão dele quando ele estava com leucemia. Sempre que eu a escuto ou vejo o clipe, eu choro, porque na letra diz: às vezes eu queria poder te salvar, o que é lindo, eu queria poder fazer isso por toda a minha família, meus amigos e as pessoas que eu amo, em especial pela minha mãe, mas não tenho esse poder. E o que me intriga e faz doer toda vez que escuto Save You é isso, lembrar que não depende de mim ou de qualquer outra pessoa, quem decide é Deus e agradeço todos os dias por ele ter cuidado da minha mãe nestes 2 anos e 4 meses e rezo para que Ele continue olhando por ela.
Mãe, EU AMO VOCÊ!

Save You - Simple Plan

Take a breath,
I'll pull myself together
Just another step, until I reach the door
You'll never know the way,
It tears me up inside to see you (aah-ah, aah-ah)
I wish that I could tell you something (aah-ah, aah-ah)
To take it all away

Sometimes I wish I could save you
And there's so many things that I want you to know
I won't give up till it's over
If it takes you forever, I want you to know

When I hear your voice,
It's drowning in the whispers
You're just skin and bones
There's nothing left to take
And no matter what I do
I can't make you feel better (aah-ah, aah-ah)
If only I could find the answer
to help me understand

Sometimes I wish I could save you
And there's so many things that I want you to know
I won't give up till it's over
If it takes you forever, I want you to know

[that] If you fall, stumble down,
I'll pick you up of the ground.
If you loose faith in you,
I'll give you strength to pull through.
Tell me you won't give up,
cause I'll be waiting if you fall
you know I'll be there for you

(aah-ah, aah-ah) If only I could find the answer,
(aah-ah, aah-ah) To take it all away

Sometimes I wish I could save you
And there's so many things that I want you to know
I won't give up till it's over
If it takes you forever, I want you to know

ohh, ohh
I wish I could save you...
ohh, ohh
I want you to know...
Ohh, ohh
I wish I could save you...

Discos que marcaram um ano

Faz um pouco mais de 2 semanas que eu tô lendo um livro chamado Noite Passada Um Disco Salvou Minha Vida. E desde que comecei, penso qual será o CD (não sou da geração do vinil) que “salvou minha vida”? Hoje consegui, finalmente, chegar a 2.
O ano de 2006 marcou minha vida, porque foi um ano de extremos. Eu fui feliz e ao mesmo tempo não fui. Eu estava numa época de conflitos. Meu pai foi transferido para o Rio e eu não queria ir, mas na época eu não tinha escolha. Fui, contrariada, mas fui.
Tive dificuldades em algumas matérias no colégio, eu não conseguia interagir com algumas pessoas da minha turma, eu não saía muito de casa a não ser com os amigos que já conhecia de Brasília, eu não me adaptava a distância das pessoas que eu tinha conhecido aqui.
Sofri bastante por causa de bullying e me tornei uma pessoa fechada e rancorosa. Só que meus pais não sabiam o que acontecia e eu não fazia questão de compartilhar... Minha fuga momentânea eram 2 cds: Felicidade Instantânea do CPM 22 e Still Not Getting Any... do Simple Plan, até então minha banda favorita.
O primeiro eu escutava no último volume suportado pelo meu aparelho de som, e enquanto aquelas palavras me cercavam, eu chorava e ninguém me ouvia. Chorava por motivos diferentes, às vezes por raiva, dor, tristeza e medo. O segundo, expressava a novidade de aprender a cantar letras em inglês e também expressava o que eu sentia por mim e pelos meus pais.
Felicidade Instantânea fala de sobreviver, fala sobre amor e amizade que são duas coisas que eu sempre valorizei. Still not getting any ilustra um momento marcante: minha prova final de Física e a decepção dos meus pais comigo, a música? Perfect.
Um ano de contrastes: novos amigos e falsidade, ir pro colégio era divertido até eu chegar na minha sala. Um ano distante das pessoas que eu amava aqui em Brasília, um ano aprendendo a amar pessoas do Rio.
Um ano de Welcome to my life e Apostas e certezas.
Um ano de decepção, superação e amizade.
Vivendo o meu próprio mundo louco, esperando por mais e quebrando a cara. Confiando demais e descobrindo máscaras.

Still Not Getting Any – Simple Plan
1.             Shut Up!
2.             Welcome To My Life
3.             Perfect World
4.             Thank You
5.             Me Against the World
6.             Crazy
7.             Jump
8.             Everytime
9.             Promise
10.         One
11.         Untitled (How Could This Happen to Me)

Felicidade Instantânea – CPM 22
1.             Felicidade Instantânea
2.             Um Minuto para o Fim do Mundo
3.             Apostas e Certezas
4.             Irreversível
5.             Não Vá Embora
6.             A Cura
7.             Recíproca
8.             Pensamentos Negativos
9.             Cidade em Chamas
10.         Park, Park
11.         Jovem, Alcoólatra, Suicida
12.         Crise de Existência
13.         Contagem Regressiva
14.         Reflexões
15.         Depois do Fim
16.         Repetição

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Choque de realidade

A verdade dói tanto.
Eu sempre a usei contra os outros e hoje eu a recebi de volta.
Descobri que alguém que eu amo muito se incomoda com o meu egocentrismo. Eu sempre soube que sou egocêntrica, mas doeu quando ele disse e da forma como ele disse.
São dois lados da moeda, UM me diz que eu preciso mudar pra não perdê-lo e o OUTRO influenciado por um querido, me diz pra não mudar quem eu sou... que talvez ele devesse gostar de mim como sou.
Mas a quem eu quero enganar? Se nem ao menos eu dei a ele a chance de escolher ser meu amigo ou não. Eu simplesmente lhe impus minha presença e minha carência e ele se adaptou a isso. Então seria assim tão absurdo eu mudar um pouco meu jeito por ele?
Isso foi um baque, eu que sempre achei que a coisa que eu sabia fazer bem era ser amiga... Agora já não tenho tanta certeza.